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Empreendedor supervisionando jovem funcionário

Planejando a sucessão

O brasileiro, em sua maioria, e o catarinense em especial, é um povo empreendedor. É muito comum vermos pessoas largando sua estabilidade financeira, a garantia de salário limpo todo dia cinco, o famoso “emprego com carteira assinada”, usando suas economias e perseguindo seu sonho: abrir sua própria empresa, mostrar do que é capaz.

Normalmente a empresa começa pequena, como um MEI por exemplo, muitas vezes encarando o mundo com apenas a família ao seu lado. Mas o empresário é bom no que faz. Consegue se destacar de algum modo, seja qualidade, preço, criação de demanda, logística, uma combinação desses e de outros fatores, e, com o tempo, começa a contratar pessoas para a equipe, precisa ampliar a sede e… bingo! Temos você! Um empreendedor de sucesso!

Também é característico do empreendedor catarinense que, nesse salto, a família passe a ter uma ampliação nas responsabilidades de gestão. Afinal, eles estão junto com você desde o dia um, tem o know-how e são extremamente confiáveis. Você assume a administração e, eventualmente, cônjuge e filhos auxiliam em outras tarefas.

A estrutura funciona bem, como você sabe. Ela ainda depende integralmente de você, que segue sendo a alma do empreendimento e fazendo o que sabe de melhor. Mas e depois? Quando o vigor do dono da empresa começa a diminuir? Qual o nível de envolvimento que você quer continuar tendo daqui a cinco, dez, quinze anos? O quê você está fazendo para garantir que o seu legado continue?

É sobre isso que quero conversar com você: Planejamento Sucessório.

Um planejamento sucessório de longo prazo é importante sob vários aspectos, e eu quero apresentar três deles, de modo sucinto e resumido, para a sua apreciação.

Primeiro eu quero falar da questão administrativa. Para o bem da empresa é necessário que exista alguém capaz de te substituir.

Você é ótimo no que faz, mas também precisa de um descanso de vez em quando. Precisa aproveitar algum tempo de sossego, de férias de verdade, e capacitar alguém para te substituir vai te permitir fazer isso. Seus filhos, ou alguém de sua inteira confiança, claro. Alguém que esteja tão empenhado no sucesso do seu negócio quanto você mesmo.

Preparar alguém para fazer o seu papel vai tirar muito do peso que hoje você sente em seus ombros. Vai dar à empresa alguém capaz de compartilhar a sua carga e simultaneamente te gerar tempo para novas oportunidades. E mais: vai garantir que o seu legado continue mesmo após o fim do seu ciclo de vida, e garantir que seus descendentes possam viver uma vida mais fácil do que foi a sua, sem o desafio de aprender a gerir uma empresa “do zero”.

Isso vai exigir de você uma boa dose de preparação. Preparar um ou mais sucessores, preparar os líderes e colaboradores para aceitar a sucessão sem perder o engajamento, elaborar as estratégias, a forma de efetuar a transição e o principal: planejar com antecedência.

Em segundo lugar eu quero que você analise as vantagens estratégicas de ter um sucessor capacitado, designado e atuante.

Eu quero que você pense na sua empresa como algo desvinculado de você. Que você pense em si mesmo não como o dono, mas como o patrimônio que o seu conhecimento e capacidade representam para a empresa. Os benefícios sociais e comerciais que ter o seu nome vinculado ao empreendimento trazem para o CNPJ.

Se tal patrimônio estivesse concentrado em um único funcionário, você correria o risco de deixar a empresa sem nenhum tipo de planejamento para a ausência dele?

Você sabe: a empresa não pode abrir mão de você sem ser seriamente penalizada, seja na questão administrativa, operacional, comercial, financeira.

Ainda na questão estratégica, pense no tamanho da tarefa que estará nas mãos de quem um dia vier a te substituir?

Pense em tudo o que você precisou trabalhar para criar o nome da sua empresa no mercado. Dos sacrifícios que você e sua família fizeram para que seu sonho chegasse ao ponto em que chegou. E de quanta coisa você aprendeu nesse processo, muitas vezes sem ninguém pra te ensinar, diversas vezes ao custo de erros e de prejuízos que poderiam ter sido evitados e das oportunidades que poderiam ter sido melhor aproveitadas?

Agora pense por um instante em como seu caminho teria sido mais tranquilo se existisse alguém pra te ensinar o caminho das pedras sem precisar topar em cada uma delas no escuro? O conhecimento que você tem hoje sendo entregue ao você de dez, quinze, vinte, trinta anos atrás?

Quanto prejuízo a empresa teria evitado, quantas oportunidades que acabaram perdidas teriam sido aproveitadas, qual o salto que ter previamente o conhecimento que você tem hoje teria te possibilitado?

Garantir que a próxima geração seja capaz de pegar o que você preparou e levar adiante. Isso, sem dúvida, é o que você procura em um planejamento sucessório.

E o último aspecto que eu quero abordar é a questão familiar.

Um dia o seu patrimônio vai virar herança. Não é um assunto agradável, mas certamente é um assunto que precisa ser planejado.

Afinal, é comum que um processo de sucessão gere desgastes nos relacionamentos dos envolvidos, e esse desgaste é ainda maior quando o processo se dá sem nenhum tipo de planejamento. Muitas vezes o desgaste é suficiente para atingir de maneira fatal a vida da empresa, quando não o próprio convívio familiar.

Nesse aspecto, negociar e planejar a sucessão nos seu termos, enquanto você ainda tem a tenacidade necessária para conduzir o processo, vai possibilitar uma transição mais suave, com todos os envolvidos – incluindo você – sabendo exatamente o que esperar de si e dos que estão ao seu redor.

Vale dizer, ainda, que uma eventual partilha de bens em herança sem o planejamento adequado vai permitir que o Estado ainda vai dê uma última e gulosa mordida no patrimônio que você construiu em vida.

Dependendo da situação o Fisco pode abocanhar até 7% do patrimônio que você deixa a seus filhos (até 8% se você deixa o seu patrimônio para alguém que não é seu descendente). Isso depois de todo o imposto que você já pagou ao longo da vida. E parte disso pode ser evitado.

Um bom planejamento tributário na execução da sucessão vai reduzir a mordida que o Estado vai dar no patrimônio que um dia você deixará para os seus sucessores. Até porque, no final de tudo, eu tenho certeza que você não quer deixar o fruto do seu suor nas mãos do político de ocasião.

Esses eram os aspectos do Planejamento Sucessório que eu queria abordar com você.

Espero que você tenha gostado!

Minha intenção era mostrar que preparando o seu sucessor de maneira adequada você vai garantir que o seu sonho seja conduzido sem tropeços durante a sua ausência, e isso vai implicar em um grande ganho de gestão, tanto para o seu negócio quanto para os seus herdeiros.

Se eu puder resumir tudo o que foi dito em um único sentimento, o que quero dizer é que aquilo que vai garantir o seu legado é preparar a próxima geração para ser tão fundamentalmente necessária quanto você é.

Talvez a parte mais importante do seu papel como líder nos próximos anos seja preparar a sua empresa para a passagem do bastão.

Se você precisar de ajuda nesse processo venha nos procurar! Estaremos sempre aqui para te auxiliar a encontrar as melhores soluções para que o seu sonho continue alcançando novos horizontes.

Afinal, desde o começo, mais de trinta anos atrás, esse sempre foi, é e será o nosso sonho.

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